Nós, da Vida Secreta estamos muito contentes porque #renatomello entendeu com perfeição o objetivo de nosso figurino, o respeito que temos ao Teatro Infantil e que podemos fazer sonhos
Por Renato Mello.
Cinderella O Musical |
Terminou nesse fim de semana a temporada de “Cinderela”, montagem dirigida por Duda
estava em cartaz no Teatro do Fashion
Mall, em São Conrado.
Uma pena ter tido a oportunidade de assisti-lo na última semana, pois
assim se perde um dos papéis da crítica que é justamente o de orientar e situar
o público na opção de escolha de um espetáculo, ainda mais no universo do
teatro infantil em que não tem por parte da grande imprensa uma análise mais
aprofundada e que infelizmente nos deparamos com algumas armadilhas. Mas devido
a qualidade dessa adaptação penso ser importante deixar o registro do trabalho
efetuado por técnicos e artistas, até porque, sempre ficamos na esperança que
bons espetáculos como esse consigam novos endereços para voltar a contar sua
história.
Tenho sempre de antemão uma grande preocupação quando se trata de
clássicos infantis que ganharam versão da Disney, procuro ser mais atento e
criterioso nessa análise. Não tenho absolutamente nada contra adaptar as
grandes histórias de Andersen, irmãos Grimm ou Perrault. São contos lindos, que
tem de ser valorizados e ser repassados para as novas gerações, mas o que
incomoda são justamente os oportunistas que se apoiando no fato dessas
histórias serem de domínio público, alegando estarem adaptando o conto original
acabam na verdade por se apropriar de diálogos inteiros e músicas que estão
apenas na adaptação da Disney, prestando um desserviço ao teatro infantil num
trabalho preguiçoso e sem nenhuma recriação, além do fato de configurar crime.
Por esse motivo é necessário destacar
os verdadeiros artistas, como Duda Ribeiro, que
realizou com sua montagem de “Cinderela” um
trabalho honesto, criativo, resultando num espetáculo de qualidade que cumpre
plenamente seu papel como peça infantil.
A história da menina que passa
a vida sendo humilhada, maltratada e subjugada pela madrasta após a morte do
pai e que a partir da visita do Príncipe vê a perspectiva de mudar sua vida tem
uma origem muito anterior à versão final de Charles Perrault e mesmo dos irmãos
Grimm, já existindo registros desde a China antiga com Yeh-Shen e mesmo
Rhodopis(a menina das bochechas vermelhas) na Grécia, ganhando uma grande
difusão oral na Europa durante a Idade Média. As versões definitivas são
atribuídas a Perrault e aos irmãos Grimm, sendo que em ambas existem razoáveis
diferenças, entre elas a inexistência da figura da fada madrinha na obra dos
Grimm. No teatro brasileiro recente ganhou diferentes e boas adaptações, como a
montagem de Fabianna de Mello e Souza, “Borralheira, uma Opereta
Brasileira”(com várias indicações ao prêmio Zilka Sallaberry),
este ano mesmo foi vista numa versão adulta e sombria assinada por Jay
Vaquer. Uma obra que definitivamente se rende as mais diversas leituras e
camadas, com infinitas possibilidades de construção.
Duda Ribeiro sem perder em
nenhum momento a essência da história, realizou uma adaptação original,
construindo uma estrutura narrativa sólida, que foi muito bem trabalhada em
cena através da elaboração de boas sequências com uma constante movimentação,
resultando num espetáculo ágil, dinâmico e divertido, não ocorrendo em nenhum
momento uma queda no ritmo. Sua direção de atores também foi bastante
eficiente, com um elenco que consegue ser harmônico e com os papeis bem
construídos. Notório o esforço de produção, fazendo de “Cinderela” um espetáculo bem cuidado e acabado, méritos
da escolha de Dudapor bons profissionais nos
diferentes departamentos que fazem parte de uma produção teatral.
O elenco é formado por Vanessa Schnee(Cinderela), Letícia Belucio(Madrasta), Tainá Pontes(Drisella),Paula Sholl(Anástácia), Arthur Rozas(Príncipe), Luciana
Fontenelle(Fada Madrinha), Rodrigo Fernando(Primeiro
Ministro) e no elenco de apoio Elvecio Martins, Michelly Coutinho e Danielle Greco, que formam um conjunto bem delineado
nos personagens e conduzidos de forma acertada pelas mão deDuda Ribeiro. Vanessa Schnee no
personagem título tem o perfil adequado e consegue compor uma Cinderela
carismática, se desenvolvendo com leveza e doçura pelo cenário. Interessante
composição conjunta realizada por Tainá Pontes e Paula Sholl, numa constante troca em cena pela dupla,
boa caracterização e expressão corporal, ficando notória a importância de
Patricia Riess na direção de movimentos. Letícia Belucio demonstra
a força e personalidade necessárias para dar vida a temível madrasta.
Necessário destaque para Rodrigo Fernando e Luciana
Fontenelle, o Primeiro Ministro e a Fada Madrinha respectivamente.
Ambos, mesmo que em papeis secundários ganham grande destaque fazendo crescer
seus personagens diante do público com uma ótima presença e timing de humor.
Importante elemento para a construção
da atmosfera proposta por Duda Ribeiro é
sem dúvida a trilha sonora composta por Teka Balluthy e a direção musical de
Thiago Garcia. Bonita e com um agradável arranjo, foram sem dúvida valorizadas
pelo bom trabalho realizado por Ledjane Motta na preparação vocal do elenco, em
que não é possível notar nenhum desnível, com todo o elenco conseguindo atingir
um tom apropriado.
Um dos aspectos que mais chamam a
atenção são os figurinos de Vania Werneck. Com uma visível qualidade no desenho
e na qualidade dos figurinos, o trabalho realizado por Vania chama a atenção
pela beleza e bom gosto, além de se enquadrarem inteiramente na atmosfera de
sonho dessa montagem de “Cinderela”.
A cenografia foi concebida por Mario Pereira e a iluminação muito bem
desenhada foi criada por Fernanda Mantovani.
Resta-nos aguardar que essa montagem volte a entrar em cartaz em algum
teatro da cidade, porque uma história tão bonita quanto essa, quando contada
com qualidade e seriedade, torna-se irresistivelmente encantadora.
Ficha Técnica:
Direção: Duda Ribeiro
Direção Musical: Thiago Garcia
Músicas: Teka Balluthy
Preparação Vocal: Ledjane Motta
Direção de Movimento: Patrícia Riess
Luz: Fernanda Mantovani
Figurinos: Vania Werneck
Cenografia: Mario Pereira
Produção: Robert Ziehe
Assistente de produção e direção de palco: Jorge Arruda
Realização: Cativante Produções Artísticas
Assessoria de Imprensa: Alessandro Monteiro
Direção: Duda Ribeiro
Direção Musical: Thiago Garcia
Músicas: Teka Balluthy
Preparação Vocal: Ledjane Motta
Direção de Movimento: Patrícia Riess
Luz: Fernanda Mantovani
Figurinos: Vania Werneck
Cenografia: Mario Pereira
Produção: Robert Ziehe
Assistente de produção e direção de palco: Jorge Arruda
Realização: Cativante Produções Artísticas
Assessoria de Imprensa: Alessandro Monteiro
Elenco:
Vanessa Schnee – Cinderela
Letícia Belucio – Madrasta
Tainá Puentes – Drisella
Paula Sholl – Anastácia
Arthur Rozas – Príncipe
Luciana Fontenelle – Fada Madrinha
Rodrigo Fernando – Primeiro Ministro
Vanessa Schnee – Cinderela
Letícia Belucio – Madrasta
Tainá Puentes – Drisella
Paula Sholl – Anastácia
Arthur Rozas – Príncipe
Luciana Fontenelle – Fada Madrinha
Rodrigo Fernando – Primeiro Ministro
Elenco de apoio:
Elvecio Martins
Michelly Coutinho
Danielle Greco
Rayssa Ribeiro – Stand In Cinderela
Elvecio Martins
Michelly Coutinho
Danielle Greco
Rayssa Ribeiro – Stand In Cinderela
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